quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Aspectos da infelicidade


Olhe ao seu lado; veja as pessoas a sua volta. Se estiver sozinho, apenas pense: quantas pessoas infelizes você conhece? Não consegue pensar em ninguém? Pois então vou refrescar sua memória para que você consiga identificar pelo menos alguns aspectos da infelicidade. Se dizem por aí que não podemos ser felizes porque a tal felicidade não seria deste mundo, o que há de gente que opta por ser definitivamente infeliz está lotando nossos arredores.

Uma das principais faces da infelicidade é a falsidade. Há pessoas que parecem amigas, solidárias, batalhadoras, guerreiras. Suas atitudes e seu dia a dia quase nos provam que são pessoas que caminham com altivez, que acreditam em si mesmas e que ajudam outras pessoas a serem como elas. Engano. Atrás deste comportamento falso há pessoas invejosas. Fazem o que lhes compete com pressa e ansiedade, primeiro para mostrar que chegam na frente e, segundo, para sobrar tempo para estar ao lado do outro, não por companhia, mas para olhar o que está fazendo e se roer por dentro.

São pessoas infelizes as que exploram outras pessoas; não conseguem ser infelizes sozinhas. Por onde passam, por onde vivem ou convivem, deixam um rastro de incômodo às pessoas felizes. Precisam levar uma legião com elas. Fazem do ambiente de trabalho um local apertado, sufocante, de ar irrespirável. Têm atitudes claramente repreensíveis, mas riem dos colegas quando são surpreendidos em atos ilícitos, para eles, mais que legítimos. São infelizes as pessoas descrentes e muitas vezes, acabam doentes, sem saber que sua doença é pura infelicidade.

Pessoas infelizes podem trabalhar duro para crescer profissionalmente, ganhar dinheiro, viajar para o exterior, criar e educar os filhos. Podem ser empregados, donos de empresas, ter funcionários. Compram seus bens, fazem seus negócios e contatos com muitas pessoas. Podem até passar despercebidas no dia a dia corrido, mas com elas mesmas sempre há um problema, um vazio que não conseguem preencher, insegurança, tristeza, infelicidade.

São infelizes pessoas que querem mais e fazem pouco. Podem ser bonitas fisicamente, podem ser competentes, amadas, consideradas, respeitadas. Mas não alcançam sentimentos elevados, sentimentos reais, que valem realmente a pena. A amargura que cultivam internamente as cega e podem transformá-las em pessoas vis, venais, más, cruéis, e cada vez mais infelizes.

Não sei se sinto pena ou se acho graça de certas pessoas infelizes.

Pena pelo simples motivo de serem infelizes, por não verem que à frente do nariz e que fora de seus umbigos existe vida. Por não saberem que suas forças se esvaem, dia após dia, no afã de fazerem mal a si mesmas, alimentando o lobo feroz da inveja. É de dar dó o quanto estas pessoas precisam de ajuda, de psicólogo, de psiquiatra, de mãe, de amigo. É claramente visível até para os não íntimos que há um buraco dentro destas pessoas, que precisa ser preenchido pelo ser, porque o ter não basta. Dá pena mesmo, porque pessoas infelizes não são livres. Elas mesmas erguem as barras de ferro que as cercarão a vida inteira.

Também posso achar graça de algumas pessoas infelizes. Sim, porque se colocam em situações mesmo risíveis. Há pessoas que são tão infelizes, mas tão infelizes, que investem tempo precioso dos seus dias a criar formas de prejudicar os outros, ou a alguém em especial. Sentir inveja não basta. É preciso bolar planos de destruição contra aquele que o incomoda ou ameaça (mesmo que tal ameaça somente a pessoa infeliz sinta). E eu rio. Porque a pessoa infeliz que se presta a este papel, mais se parece vilão de folhetim, daqueles bem pobres de espírito, que passam todos os capítulos a projetar algum ardil contra seu desafeto e no final, morre, fica louco ou suicida. Mesmo quando se dá bem no fim da história, tem que ir embora pra muito longe, ser infeliz em outras bandas, para deixar em paz quem quer ser feliz por aqui.

Pessoas infelizes precisam da paciência e da compreensão alheia. Precisam, mesmo, de compaixão, de prece. Se possível, precisam ser esclarecidas sobre o angu de caroço que é ser infeliz por opção, sobre o sofrimento a que se submetem, enquanto o mundo busca a felicidade e elas se afundam na amargura. E se depois de tudo isso quiserem permanecer na escuridão deste buraco sem fundo que é ser infeliz, que sejam deixadas pra lá. Que Deus tenha piedade.

Giovana Damaceno

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O que está acontecendo?


Mas as pessoas andam muito cafonas, onde já se viu usar sonhos de outro alguém ? Onde já se viu deixar felicidade mofando no armário e só usar na balada, 
pra mostrar que tem ? Tá tudo muito errado, muito do avesso. 
Quando eu passo nas ruas, eles riem de mim porque eu não faço parte dessa loucura, mas no fundo eles sabem que eu me visto bem. 
Às vezes eu até rasgo uma peça ou outra sem querer, mas depois eu costuro e às vezes fica até melhor. A questão é que usar o que tem que ser usado sem medo 
é coragem demais pra essa gente morna. Por isso eu entendo eles continuarem errados, porque se despir do medo, descer do salto quando for preciso usar havaianas é ser muito inteiro, e continuar sendo morno é bem mais seguro do que correr o risco de se queimar.
#Ficaadica ! (rs)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Que você...



Gosto da vida que tenho e aprendi a rezar em agradecimento. Sinto a presença divina em cada vez mais dias. Estou aprendendo a morrer. Tive ajuda todas as vezes que precisei e sempre encontrei uma mão amiga para me tirar de atoleiros.

Eu posso dizer, eu tenho uma vida boa, mas sei que nem todo mundo tem. E para aqueles que não puderam experimentar isso, envio agora: amor, compaixão, bem aventurança, bons votos.


Que a sua semana seja abençoada e que a cada dia você tenha mais esperança e fé para enfrentar os obstáculos!


Grande abraço!


Cristiane Santos

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nós mudamos...



Nosso comportamento é moldado por no mínimo duas coisas. O temperamento que nascemos e as experiências que passamos, principalmente durante nossa infância, que é o período no qual nosso cérebro se ajusta até um amadurecimento completo.

Quando a psicanálise colocou a culpa de todas as desordens mentais no pai e mãe, ela não estava exagerando ou sendo cruel. O pai e a mãe podem ajudar muito ou atrapalhar muito o desenvolvimento de uma pessoa. Claro que não são só eles que fazem isso, toda pessoa significativa, tem esse poder.

A questão é que normalmente elegemos alguns para serem mais importantes e lá estão, de novo, pai e mãe. Eu não sou psicanalista e nem limito tanto as coisas. Mas confio que essa dupla ainda é indispensável para o desenvolvimento sadio ou não de um ser humano.

Nosso temperamento pode ser basicamente tímido ou ousado e variações desses dois aspectos. Um par de pais que saibam agir pode aliviar a timidez ajudando um ser introspectivo a observar a vida de forma mais ousada e segurar a onda de um ousado para que ele não se sinta o todo-poderoso, achando que pode fazer o que bem entender em seu benefício apenas.

Eu li que temperamento não é destino, então é possível nos primeiros anos dar equilíbrio a quem nasceu carente disso.

Agora, o bom, é que se os pais não conseguem fazer isso, a sociedade criou os pais substitutos para pessoas já adultas que são os psicoterapeutas, aqueles que estudam e podem fazer um processo de reeducação emocional. Quase como uma alfabetização para adultos. Nosso cérebro é mudável em qualquer época da vida. Podemos, com empenho e disciplina, transformarmos comportamentos desagradáveis e destrutivos em algo melhor. Acredite! Já é provado cientificamente.


(Recebi por email... não sei o autor)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Não tenho culpa !



Não tenho culpa se meus dias têm nascido completamente coloridos e os outros cismam em querer borrar as cores.
Não tenho culpa se meu sorriso é de verdade e acontece por motivos bobos, mas bem especiais.
Não tenho culpa se meus passos são firmes. Não sou perfeita... Eu tropeço e caio de vez em quando, aliás, eu caio muito.
Meus olhos... têm brilhado bem diferente ultimamente. E brilham diferente a cada dia...e começo a me preocupar, pois tenho medo da velocidade dessas alterações... E no meu mundo mais lindo e completo não consigo entender a existência de algumas pessoas. Mas o mundo aqui não é dos mais justos mesmo... compreendo. Mas mesmo assim, eu tenho bastante lápis de cor... empresto pra quem quiser pintar a vida.
Mas por favor... não borrem a minha...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lágrimas e banho quente!



"Lágrimas e banho quente! 
Aprendi, com a mãe Vida, a chorar até lavar minha alma debaixo do chuveiro quente, mandando para o ralo todas as tristezas e desilusões.
Fica-se o tempo que for necessário, até que se purifique interiormente e se renove todas as energias.
Serve para todo tipo de problemas: dor de amor, dor de bolso, dor de cólica, dores em geral, porque tudo na vida tem solução, a não ser a morte!
Assim, não há nada que num bom banho quente regado à lágrimas não se encontre respostas!"

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Marcas de batom no banheiro

(muito boa para amigos e professores)



Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.
O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora.
No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador imediatamente (com luvas) pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!

Moral da história: Há professores e há educadores...
Comunicar é sempre um desafio!

Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.
Por quê?

Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
•Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.
•Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
•Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.

"O saber a gente aprende com os mestres e os livros.
A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes. "

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A arte de perder


A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente Da viagem não feita.
Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas.
E um império que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles.
Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça muito sério


Elisabeth Bishop

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Prece...


Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,
mesmo eu sabendo que as rosas não falam.
Que eu não perca o OTIMISMO,
mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER,
mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS,
mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo
embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,
mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer
e retribuir esta ajuda.
Que eu não perca o EQUILÍBRIO,
mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia
Que eu não perca a VONTADE DE AMAR,
mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir
o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ e o BRILHO NO OLHAR,
mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo,
escurecerão meus olhos...
Que eu não perca a GARRA,
mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois
adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a RAZÃO,
mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA,
mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO,
mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER,
mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos
e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA,
mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria
esforços incríveis para manter a sua harmonia.
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR
que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes
ele será submetido e até rejeitado.
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE,
mesmo sabendo que o mundo é pequeno...
E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente,
que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um
é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois....
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS
E CONCRETIZADA NO AMOR !

Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Preste atenção...



"Se você é infeliz no amor, preste atenção no que está fazendo em sua vida. Identifique os papéis que tem assumido e reconheça que você não é nada daquilo. Descobrir como você é, do que gosta é a chave para obter felicidade.
Conhecer-se é fundamental. Saiba avaliar o que lhe dá prazer. Respeite seus sentimentos. Não tenha medo de ser o que é.
Se fizer isso, sentirá um calor agradável no peito, uma alegria gostosa, que tornará sua vida mais bonita e colocará mais sedução em seu sorriso.
Essa beleza da alma que se reflete nos sentimentos verdadeiros atrai, conquista, seduz. É o carisma. E se você jogar fora seu "sonho de amor", deixar acontecer naturalmente, gostar das pessoas como elas são, descobrirá de quanta beleza, dignidade, dedicação e amor elas são capazes. É só tentar. "


Zibia Gasparetto

sábado, 18 de fevereiro de 2012

"Coragem é ser humano até o fim..."



Coragem não se confunde com audácia. Porque onde é difícil ser destemido para uns, como por exemplo nas alturas, é indiferente para outros.


A etimologia da palavra remete ao coração. Portanto, a fonte da coragem não pode estar na audácia dos riscos físicos, mas na pulsação daquele órgão de onde emana simbolicamente a energia vital. Não pode estar associada a desafiar a vida, mas antes, à sua potencialização.


A coragem é um processo de relação dialética entre a essência e a revelação do humano. Uma constante viagem de ida e volta entre o ser – a humanidade – e o fazer – a vida.


Quando alguém decide parar a vida em sabatina – pedir demissão, ir viajar, dar um tempo para si mesmo – subjaz uma tentativa de sintonizar o ser e o fazer. É uma pausa para tentar aproximar-se ao ritmo do coração, captar o seu pulso, decifrar a sua mensagem.


Nunca se volta igual. Dependendo da radicalidade do mergulho, o retorno é mais fácil ou difícil. Mais amigo do silêncio, talvez procure novos ambientes. Mais próximo do próprio corpo, pode prezar novos hábitos de saúde. Mais perto dos sentimentos, vai procurar mais os queridos. Mais próximo da compaixão achará difícil explorar o trabalho alheio. Mais consciente de suas possibilidades e da vida, resistirá mais à resignação de uma existência miserável.


Então, do repertório de experiências novamente acumulado, vem o chamado a um outro mergulho. Aprofunda-se a humanidade. Acirram-se as contradições com uma sociedade hostil aos valores do coração. Está aprumado o caminho à rebeldia, cuja maturidade chama-se militância.


A militância que é permeada pela dimensão dos valores resiste e questiona toda forma de alienação. Busca intransigentemente viver o sentimento, experienciar o humano. E tal como uma flor abafada pelo capitalismo, contorce-se em busca de água e luz.


Os dramas do mundo contemporâneo todo mundo conhece: estão nas matérias de “comportamento” das revistas e fazem o assunto das televisões: impotência sexual, medo da morte, crise dos 40 anos quando marido larga mulher e vice-versa; solidão, vazio existencial, falta de comunicação, prostituição, ansiedade, depressão.


Esta sociedade nos é apresentada como um todo completo: suas vias de sucesso, suas neuroses e também as soluções que ela própria receita – sempre mediadas pelo consumo. A terapia, o Prozac, o Viagra, o Paulo Coelho, o shopping center, a Disneylândia.


Corajoso é aquele que recusa este pacote. Refuta seus sucessos como ilusões, rotula seus remédios como paliativos e busca evadir completamente suas crises através de um caminho desconhecido, pavimentado pelo amor.


Aventura-se por uma senda escura: para chegar ao que não se sabe, há de ir por onde não se conhece, dizia São João da Cruz.


Encontrará certamente muitas outras dificuldades na busca de realização o corajoso, mas serão de outra natureza – bem como as respostas. Um caminho de relações afetivas que busca não a fugacidade, mas a permanência; planos de vida vinculados a um projeto histórico e não à salvação pessoal; uma existência satisfeita pelo contato com a Natureza e as pessoas e não ansiosamente sufocada pelo consumo.


Coragem é a humildade de fazer da vida uma experiência permanente de busca de si nos outros.


Se aproximar é distanciar de si. Entregar-se ao rio da vida que nos conduz pela história ao outro e do outro a nós mesmos. Nós somos um com o outro. Essa é a dialética da coragem.


Se acreditamos com o cristianismo que a essência da experiência humana é o amor, a coragem é o movimento expansivo da capacidade de amar do ser humano. Como dizia Boff sobre o Cristo, humano como ele foi, só podia ser Deus mesmo.


Submeter sua felicidade ao sofrimento, seu trabalho ao movimento, seu destino à História. Coragem é ser humano até o fim.


de Fábio Luís, jornalista.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As 4 Leis da Espiritualidade ensinadas na Índia



A primeira diz: "A pessoa que vem é a pessoa certa".
Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.


A segunda lei diz: "Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido".
Nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum "se eu tivesse feito tal coisa…" ou "aconteceu que um outro…". Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.


A terceira diz: "Toda vez que você iniciar é o momento certo".
Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.


E a quarta e última afirma: "Quando algo termina, ele termina".
Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado.

Tenham um bom dia!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Reflexão...



"Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites. A rejeição é um processo de ver-se. 
Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer do outro uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança. 
O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. 
É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja. 
Amar alguém é viver o exercício constante, de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito. 
Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora em que forem embora as suas utilidades, 
você saberá o quanto é amado! 
Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz!


Padre Fábio de Mello

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Que Deus...



"Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando estou mansidão e ternura. Quando estou contemplação e respeito. Quando as palavras fluem, sem esforço algum, sem ensaio algum, articuladas e belas, do lugar em mim onde eu e ele nos encontramos e brincamos de roda. Quando nelas incluo as pessoas que têm nome e aquelas que desconheço existirem. E os meus amores. E os meus desafetos. E os bichos. E as plantas. E os mares. E as estrelas. 


Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando o medo me acompanha sem que a coragem se ausente. Quando as coisas seguem o seu rumo sem que eu me preocupe em demasia com o destino desse movimento. Quando eu me sinto conectada com o amor e reverente à vida. Quando as lágrimas nascem apenas de um alegre e comovido sentimento de gratidão. Quando caminho com a rara confiança que só as crianças que ainda não doem costumam experimentar, já que, infelizmente, algumas começam a doer muito cedo.


Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando sou capaz de pressentir o sol mesmo atravessando uma longa noite escura. Quando posso cruzar desertos com a clara convicção de que a vida não é feita somente deles. Quando consigo olhar para todas as experiências, sem que aquelas que me desconcertam me impeçam de valorizar as que me encantam. Quando as tristezas que repentinamente me encontram não atrapalham a certeza da sua impermanência.


Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando amanheço revigorada e anoiteço tranquila. Quando consigo manter uma relação mais gentil com as lembranças difíceis que, às vezes, ainda me assombram. Quando posso desfrutar do contentamento mesmo sabendo que existem problemas que aguardam eu me entender com eles. Quando não peço nada além de força para prosseguir, por acreditar que, fortalecida, eu posso o que quiser, em Deus.


Mas eu desejo, profundamente, que Deus também ouça as preces que lhe dirijo quando eu não consigo elaborar prece alguma. Quando a dor é tão grande que minha fala não passa de um emaranhado de palavras confusas e desconexas que desenham um troço que nem eu entendo. Quando o medo me paralisa e perturba de tal forma que eu me encolho diante da vida feito um bicho acuado. Quando me enredo nas minhas emoções com tanta confusão que parece que aquele tempo não vai mais passar.


Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando só consigo chorar e, mesmo depois de já ter chorado muito, tenho a sensação de ainda não ter chorado tudo. Quando me sinto exaurida e me entrego a esse cansaço completamente esquecida dos meus recursos. Há momentos em que a gente parece ignorar tudo o que pode nos ajudar a lidar melhor com os desafios. Há momentos, ainda, em que a gente se confunde sobre o local onde, de verdade, os desafios começam.


Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando me parece que eu não acredito em mais nada. Quando sou incapaz de ver qualquer coisa além do foco onde coloco a minha dor. Quando não consigo articular meus pensamentos nem entrar em contato com alguma doçura que me faça lembrar das coisas que realmente nos movem. Quando não lhe dirijo nenhuma prece. Nem com palavras. Nem com um sorriso enternecido quando dou de cara com uma flor. Com um pôr-de-sol. Com uma criança. Com uma lua cheia. Com o cheiro do mar. Com o riso bom de um amigo. Que ele me ouça com o seu ouvido amoroso e me acolha no seu coração, porque é exatamente nesses momentos que eu não consigo ouvi-lo."


Ana Jácomo

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Às vezes...



"Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo." 


Ana Jácomo

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Que eu tenha...


"Que eu tenha sempre comigo:
Colo de mãe
Abraço apertado
Riso de graça.
Brilho no olho
Amor quentinho
Tristeza que passa.
Força nos ombros
Criança por perto
Astral bonito.
Prece nos lábios
Saudade mansinha
Fé no futuro.
Delicadeza nos gestos
Conversa que cura.
Cotidiano enfeitado
Firmeza nos passos
Sonhos que salvam."

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Assim...


Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia 
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua". 

Martha Medeiros

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Uma questão de escolha


O coração anda no compasso que pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples. O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos. O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las.

Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples...

Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você.

É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio.

Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar.

Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz.

A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que escolhemos dizer.

É simples...

Padre Fábio de Melo