quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Acabou


O ano acabou. Apressado e sem escrúpulos. 
Arrancou lágrimas, gargalhadas, cócegas, fios de cabelo, gorduras, humores, parentes e dentes.
Esgotaram-se os dias como biscoitos. Escorreram como água de louça lavada.
Corajosamente, levaram dores vividas e inventadas. Perderam o controle, afanando pessoas.

O ano fez de um tudo. 
Mostrou verdades e espelhos de mentira. Enxerguei desejos que nem meus eram.
Assisti a ensaios de erros. Espetáculos de acertos. O ano me empurrou guela adentro uma vida repentina.
Regurgitei a tempo. Juro que não era minha.

O ano titubeou.
Levou-me à dúvida, à dívida, a tremer a pálpebra.
Congelei diante da vida adulta. Escolhi ter certezas, e foram dias de pernas firmes.

O ano levou embora o sonho, deu espaço a realidade conquistada.
O ano estilhaçou a redoma, deixando o ar pelas narinas adentro.
O ano estendeu a ponta dos dedos. Eu fiquei na ponta dos pés.
O ano se espreguiçou para os próximos que o seguem. Bocejei pros dias que se passaram.

Custou viver estes dias. Suamos manhãs, tardes e noites.
Demos vida ao ano. Amamentamos dois mil e onze. 
Não foram gratuitos, os dias. 
Foram noites mal-dormidas para entender o que se passava no coração das manhãs.

Centenas de vezes os dias tentaram chegar a algum lugar.
Deram passos, desmoronaram. 
Adormeciam e tentavam.
Os dias seguiam, se amontoavam. E o ano desistiu de ser.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Aprendiz da vida


Queria poder dizer que estou numa idade onde aprendi a vida. Mas não cheguei ainda a esse ponto. Aprendi algumas coisas sim, outras trazem uma luta enorme entre eu e meu eu e não sei quantas quedas e quantos levantares serão necessários para que eu aprenda. Mas não desisto.
Parece que estou na idade da razão, mas percebo que não existe idade para isso. Nem sempre tenho razão, nem sempre sei o que fazer, sou e serei até o último minuto uma aprendiz da vida.
Dizem que perdoar é esquecer e eu não sei ainda onde encontrar essa borracha que apaga vivências doloridas ou curativos que cubram feridas que nunca se fecham. No meu ver, perdoar é compreender, aceitar e seguir adiante, é poder olhar nos olhos da outra pessoa novamente e, se preciso, dar a mão sem o sentimento de sacrifício. Raras são as pessoas que alcançam o dom do perdão, mas não é impossível.
Quando pensamos que sabemos tudo porque vivemos um certo número de anos, temos que admitir que vivemos em outras épocas, com outros valores e que nossas certezas de antes nem sempre cabem nos dias de hoje. Nossas crianças nos lembram disso a cada instante. São elas nossos maiores mestres, ao contrário do que se pensa.
Em tudo o que fazemos e dizemos, nosso exemplo vale mais do que todas as palavras. As crianças ouvem muito mais que parecemos, que o que dizemos. É assim também com os que precisam do nosso apoio.
Cada um de nós absorve de maneira diferente acontecimentos comuns a todos e somos incomparáveis. Por que eu vivi algo de um jeito não obriga ninguém a viver da mesma forma. Aprender a respeitar a dor alheia é respeitar a individualidade do ser humano.
O medo do sofrimento do amor nos afasta das pessoas que mais nos amam.
Muito do que chamamos de imprevisto e coincidência é a mão de Deus interferindo nas nossas vidas. Devemos pensar duas vezes antes de reagir mal a algo que contraria nossos planos.   
O passar do tempo nos traz a experiência, mas a sabedoria vem de maneira diferente. Ela chega com a vivência, entendimento, compreensão e aceitação das adversidades. 
Meu maior medo é acreditar sobre o que dizem a meu respeito, isso me destruiria. Devo sempre saber quem sou e nunca me esquecer Daquele que me criou.
Aprender a vida é reconhecer-se aluno eterno, com as somas, diminuições e ciências do dia-a-dia. É chegar ao fim do dia e fazer planos para o dia seguinte e se preciso for, recalcular, rever, repensar e recomeçar.

Letícia Thompson

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Renascer

"...mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia."

2 Coríntios 4:16
Todos os dias eu me perco, tente entender. Cada vez que desperto, abandono o que era no ontem e renasço, inteira e partida. Cada olhar no espelho é um desafio à minha sanidade, propondo que eu reconheça o estranho rosto que me confronta. 
Não, não é loucura. O nome disso é vida, vida vivida, vida sentida, vida marcada, amada, sofrida. Não posso dizer quem sou quando simplesmente ainda não deixei de ser. A fórmula da bula que me compõe não encontra jeito para remediar. 
Eu já quis ser tudo na vida. Já fui nada, sendo mil. Mas a minha grande verdade matinal é sempre a dúvida, o olhar que retrocede as minhas lembranças e forma a autenticidade do que acredito.
Não posso prometer que estarei aqui amanhã, sendo que mal recordo o que pensava de você ontem. Não posso conjugar o futuro, pois  gosto de tropeçar na mutável possibilidade de simplesmente mudar de ideia. O que me resta é saborear a interrogação que me cobre a pele, na busca incessante do que me responda.
Todos os dias eu me perco, mas conforme as horas passam, provo do  amargo ser que sou e componho mais um dia de ideias. E assim, me acho entre as perguntas inacabáveis e descanso na humanidade crua da dependência divina. Tudo o que posso é ser, simplesmente, sem definição, para que só assim me explique. 
E quanto a você, basta apenas me reencontrar todos os dias para que em cada um deles eu decida ficar. 
Karine Mattos

sábado, 1 de dezembro de 2012

Dezembro, seja sempre bem vindo!



É o tempo voou, muitos sentiram mais devagar e, eu nem vi !  E, já chegamos no último mês do ano!Mês das festas, das luzes, das viagens, férias (para alguns), verão caliente no Brasil.
É o mês de bons sentimentos, arrumar a casa, jogar fora as coisas velhas, renovar os planos e sonhos.É a hora de olhar pra trás e ver como muita coisa valeu a pena! E como valeu!É tempo de repensar, reavaliar, reorganizar...
E, lembre-se, embora 2012 esteja se despedindo e quase no fim, 2013 está apenas por começar!
Viva Dezembro,  Viva os fins dos ciclos, Viva os Recomeços, o novo, o repaginado...a VIDA!

Meu abraço,Cristiane Santos