Não basta ter um sorriso bonito se a alma não o for primeiro. Não basta
gritar se nada vais falar e o outro não quer ouvir-te. Não basta ouvir se não
vais apreciar e aproveitar. Não basta ler se não vais interpretar, guardar e
compartilhar.
Não basta se definir se a definição é utópica e sempre traz
consigo imperfeições (definir-se a si mesmo). Não basta viver se antes é
preciso ser. E não basta ser se não vais evoluir. Apenas deixe que suas ações
falem, que seu olhar se expresse e que os outros ao menos tentem te
compreender!
Sou batizada no catolicismo mas, atualmente, sou espírita e estudante de Teologia. Achei o texto muito bom para que façamos uma
reflexão sobre nossos preconceitos e sobre a nossa intolerância em
relação àlgumas religiões.
Cristiane Santos
Amém!
Antes de tudo, cuidado com sua interpretação. Essa
postagem não tem a intenção de agredir ninguém, só esclarecer ou garantir um
pouco de reflexão nesse mundo de ideias deturpadas, bem como não escrevi de má
fé, muito pelo contrário. De antemão já peço desculpas caso alguém sinta-se prejudicado, realmente não é a intenção. E estou ciente de toda a minha
sinceridade (talvez ingênua, nesse caso). Caso queira esclarecer algo, existem as
opções de enviar-me um e-mail ou comentar aqui no blog mesmo, pois sei que esse
tema é muito delicado. (Sim, estou com receio de possíveis consequências, no
entanto, preciso desabafar).
As redes sociais têm seu lado positivo e negativo, como tudo
na vida. Entretanto, ultimamente, tenho visto postagens muito desagradáveis,
não somente religiosas, mas em todos os sentidos, estilos e temas. E, cá para
nós, essas redes sociais me cansam cada vez mais, já prevejo o dia em que
continuarei só com o blog e o Messenger (já em desuso) – e olhe lá!
No momento pretendo falar das religiosas. Muitos podem achar
que é por eu ser católica, mas essa não é a questão que irei discutir, até
mesmo porque, isso, teoricamente, não se discute - determinação cultural, moral
e ética, felizmente. Ou melhor, tentarei ser o mais imparcial possível, o que é
difícil diante dos fatos, porém, tentarei ao máximo. De qualquer forma,
o que entra em pauta é: respeito.
Há alguns dias, postaram no Facebook uma imagem com um texto
– como de praxe – sobre um paciente que vai ao médico e o mesmo não está, a
partir de então, comparam o médico a Deus, a mãe do médico à Maria e a
secretária aos Santos. De forma que a mãe e a secretária não resolvem os
problemas do paciente, só o médico, fazendo-se desnecessárias. Sinceramente,
essa comparação é infeliz!
O que mais me intriga não é nem a comparação realizada e sim
a falta de respeito para com as outras religiões. No meu caso, as duas pessoas
do meu vínculo de amizades que postaram são ambas evangélicas. Devo levar em
consideração que os evangélicos são aqueles que já foram – alguns ainda são –
perseguidos, assassinados, discriminados e criticados por serem evangélicos, de
maneira que sempre cobraram respeito, aceitação e educação por parte dos outros
– obviamente uma cobrança justa perante a sociedade. Sendo assim, como
podem atacar outras religiões? Será que sua própria história não contribuiu
para sua aprendizagem? (Quero deixar claro que faço essas perguntas a casos
isolados, pois como sempre, toda regra tem sua exceção e, inclusive, a maioria
dos meus (melhores) amigos e alguns familiares são evangélicos, sendo que eu já
frequentei festas comemorativas, cultos, encontros e shows evangélicos sem
maiores problemas, pelo contrário, sempre fui muito bem recebida e aceita).
Minha concepção de vida é: eu acredito, de mim para mim, ou,
de mim para com Ele. Não sinto a necessidade de ficar afirmando a todo o
momento (uma vez ou outra escapa, faço uma citação, mas nada em excesso -
diária e constantemente), muito menos de atacar outras religiões, porque assim
como eu optei por ser católica outras pessoas optaram por ser evangélicas,
espíritas, judias, budistas e tantas outras formas de crer e manter a sua fé ou
simplesmente não acreditar. Dessa forma, eu nada tenho a ver com isso, cada um
faz sua escolha a partir do que lhe é necessário, do que lhe ajuda a ser
saudável, a ter paz interior ou ser uma pessoa melhor, e, acima de tudo, eu
respeito a escolha de cada um. Todos têm o livre arbítrio de acreditar
no que bem entende ser a melhor opção – ou não acreditar em nada. Resumindo,
cada um acredita no que quiser e mais ninguém deve se importar com isso,
obviamente desde que essa crença não interfira no bem estar de outras pessoas
ou meio ambiente. (Meu lado pessoal, parcial, crítico, analítico e irônico quer
que eu escreva: Qual é o problema se eu acredito em Maria e nos Santos? Se
alguns estiverem certos, quem vai para o inferno será eu, não? Desculpa se
agredi alguém, não é a intenção).
Lógico que muitas pessoas enxergam no Facebook uma maneira
de se autopromover ou deixarem bem claro suas concepções de vida. Não critico
quem não acredita nas intervenções de Maria ou dos Santos, quem não acredita
tem seus porquês e seu direito em não acreditar, porém, critico o modo
como o fazem, como querem esclarecer isso. Ao fazerem a comparação com uma
consulta médica não levaram em consideração que existem pessoas que acreditam e
que poderiam se magoar com a publicação, esqueceram-se do respeito a crenças
diferentes da sua e de que o fato de eles não acreditarem não os tornam
melhores ou piores do que os outros, afinal, nenhum ser humano é dono da
verdade – e enquanto na condição de humanos somos todos susceptíveis aos erros
- e cada um tem sua própria interpretação da Bíblia – ao menos é o que se
espera. Ah, só mais uma coisa, e se a mãe do médico também for uma médica? E se
a secretária te indicar para outro médico que resolve seu problema? São boas
intervenções, não? Risos.
Outra postagem que tem se propagado nas redes sociais, nesse
caso, principalmente por ateus e agnósticos, é a imagem do Papa sentado ao
trono, na qual o pessoal manda-o vender o trono de ouro para alimentar os
pobres. À primeira vista é mais do que justo, não é mesmo? Confesso que no
primeiro segundo até eu concordei com a ideia. Porém, vamos pensar um pouco
mais...
OK. O Papa desmancha seu trono, vende o ouro e alimenta os
necessitados. Pronto, o ouro acabou e novamente a Igreja precisará do dinheiro
dos fieis para continuar alimentando os pobres – que, lamentavelmente, são
muitos e a tendência é aumentarem. Agora, olhando pelo lado histórico, o trono
é (mais um) patrimônio da Igreja, portanto, muita burocracia e história o
envolvem, tornando difícil seu desfeito. Além disso, de acordo com o Tratado
de Latrão o trono é intocável neste sentido.
Como uma pessoa de capacidade crítica e analítica, possuo
muitas críticas à Igreja Católica Apostólica Romana, tanto positivas quanto
negativas, mas, acima de tudo, entendo que a Igreja é constituída por seres
humanos, tão susceptíveis ao erro quanto eu, uma mera mortal.
Historicamente, a Igreja Católica já errou muito, alguns erros, inclusive, já
foram reconhecidos e pedidos de desculpas feitos. Confesso que não sigo todos
os mandamentos da Igreja Católica, por simplesmente não concordar, e tenho meus
motivos e justificativas, entretanto, isso não exclui ou diminui minha fé, que
ao contrário se fortalece a cada dia, a cada oração, a cada leitura diária da
Bíblia. E, muitos trabalhos da Igreja Católica ganham minha admiração, atenção
e participação.
Outra questão é: o que cada um de nós fazemos para ajudar
os que não conseguem se manter sozinhos? Doar uma cesta básica a cada Natal
é suficiente? Entregar umas moedinhas no sinal já está de bom tamanho? Por
acaso já visitou alguém em alguma comunidade ou algum país carente para
entender a realidade em que vivem? Já distribuiu o amor, a atenção e a
compreensão a essas pessoas? Já as ouviu, sabe do que elas mais
precisam? Realmente, é muito fácil apontar os erros, os defeitos dos outros não
é? Como também é muito fácil sentar em uma cadeira e passar o tempo nas redes
sociais atacando-os. Por que não usar este tempo para fazer o bem ao
próximo?
E outra, qual a finalidade de sair divulgando trabalhos
voluntários? O mundo é tão hipócrita que a quantidade de pessoas que
fazem trabalhos “voluntários” e saem por aí publicando fotos e
textos bonitos só em busca do reconhecimento de que faz algo uma vez ao ano
para contribuir com a humanidade, só querem mostrar aos amigos: “olha, eu
participei” ou garantir uns pontinhos a mais em uma análise de currículo, mas e
então, o que aprendeu com tudo isso? Por acaso não agregou humildade e
simplicidade às suas características? Por que não propaga seu aprendizado?
Como eu imagino, deve ser muito fácil e cômodo ser bom ao próximo uma vez ao
ano e ser aclamado pela platéia.
O trono papal alimentaria sim muita gente, mas mais do que o
trono papal, a união e a boa vontade da humanidade alimentaria muito mais.
É uma pena que o ser humano seja absurdamente hipócrita, egoísta, egocentrista,
ambicioso, avarento e todos esses adjetivos que dão repulsas. E, pobre de mim,
ser tão idealista e ter um senso de justiça e analítico tão aguçado quanto...
Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade
Solto para onde estás, e fico de ti perto!
Como, depois do sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti, fica depois deserto!
Mesmo que tenha medo por não conhecer quais são os
planos de Deus para você, sinta-se forte em saber que ele estará contigo em
qualquer caminho que decidir.
“O tempo nos atropela, a vida nos leva sem
cerimônia, o trabalho nos cansa e a gente se pergunta, sem questionar: “Por
quê?” E a resposta não chega. O motoboy não chega. O amor da sua vida não
chega. A gente não se basta. A felicidade não bate à porta, não existe delivery
para a sorte. E passamos a vida tentando, querendo, sonhando, esperando, num
gerúndio sem fim, sem charme e sem nenhuma certeza no final. Ah, para tudo! Se é pra viver, vamos viver direito. Com
conteúdo. Com sorriso na boca. E com mais paz no coração. Não lhe parece fácil?
É, tenho que admitir: não é. Mudar é difícil, o “novo” sempre provoca um certo
desassossego no peito. Mais vale se acomodar com o morno a tentar ser (e fazer)
muito mais por você? Escolha feita, vamos lá. Chegou a hora de agir. Troque o
verbo, mude a frase, inverta a culpa. O sujeito da oração é você. A história é
sua, mãos à obra! Melhore aquele capítulo, jogue fora o que não cabe mais,
embole a tristeza, o medo, aceite seus erros, reescreva-se. Republique-se.
Reinvente-se. E transforme-se na melhor edição feita de você.”
Sinceramente, meus dias têm sido de plena saudade.
Saudade de coisas simples do meu dia a dia ... Poder acordar pela manhã com o
cheirinho de café feito pela minha mãe; senti-la acordando-me para ir a escola!
Saudades de dormir no meu quarto; de conversar até tarde da noite com minha
mãe, enquanto jogávamos baralho.
Saudades de não ter muito em que me preocupar e ter a certeza de que estava
segura no seio de minha família.
Hoje, vejo o quanto minha família é importante para mim. Eu já sabia disso, só
que agora é muito mais convicto.
Resta-me dizer apenas que é muito bom pararmos para pensar e só vir à nossa
mente coisas maravilhosas que vivemos com pessoas tão especiais, não para os
outros, mas para Nós.
“A fé é um
exercício pra vida inteira. Muitas e muitas vezes, eu me distancio
incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha. Não é raro nessas
ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de
emoções que me drenam a energia e o sorriso. Mas, toda vez que consigo
acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna. (…)
Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu
ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: “Tomara que as nossas vontades
coincidam”. Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que
for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não
consiga entender.”
Hoje, como nos outros dias dessa
semana, o dia nasce lindo e nem dependeu de mim ou de você para assim o ser. A
vida não é cor de rosa, verde, vermelha, azul, lilás ou amarela. É preta mesmo,
é preta de verdade, é a mistura desequilibrada de todas as cores. E nem sempre
cabe a nós o direito de sermos os coloristas da história. Quando a cor
escolhida escapar das mãos, deixe partir. De uma forma ou de outra, ela sempre
volta.
De tarde quero
descansar Chegar até a praia e
ver Se o vento ainda está
forte E vai ser bom subir nas
pedras
Sei que faço isso pra
esquecer Eu deixo a onda me
acertar E o vento vai
levando Tudo
embora...
Agora está tão
longe ver a linha do horizonte me
distrai Dos nossos planos é que tenho
mais saudade Quando olhávamos
juntos Na mesma
direção Aonde está você
agora Alem de aqui dentro de
mim...
Agimos certo sem
querer Foi só o tempo que
errou Vai ser difícil sem
você Porque você está
comigo O tempo
todo E quando vejo o
mar Existe algo que
diz Que a vida
continua E se entregar é uma
bobagem...
Já que você não está
aqui O que posso
fazer É cuidar de
mim Quero ser feliz ao
menos, Lembra que o
plano Era ficarmos
bem...
Eieieieiei! Olha só o que eu
achei Humrun Cavalos-marinhos...
Sei que faço
isso Pra
esquecer Eu deixo a onda me
acertar E o vento vai
levando Tudo
embora...
"Eu gosto de pessoas inteligentes que
enxergam o mundo com humor. Tem muitas pessoas em quem eu bato o olho e penso:
deve ser legal ser amiga dele. É gente que não carrega o mundo nas costas, que
fala olhando nos olhos, que não se leva tão a sério, que é franca na hora do
sim e na hora do não. É difícil sacar as qualidades de uma pessoa sem antes
conhecê-la, mas intuição existe pra isso. Tenho vários amigos que enriquecem
minha vida e se encaixam no meu conceito de “pessoas especiais”, mas meu
coração é espaçoso e está em condições de receber novos inquilinos..."
Se era amor? Não era. Era outra coisa. Restou uma
dor profunda, mas poética. Estou cega, ou quase isso: tenho uma visão
embaraçada do que aconteceu. É algo que estimula minha autocomiseração.
Uma inexistência que machucava, mas ninguém morreu. É um velório sem
defunto. Eu era daquele homem, ele era meu, e não era amor, então era o
que?
As vezes é mais fácil reclamar da sorte
Do que na diversidade, ser mais forte
Querer subir, sem batalhar
Pedir carinho, sem se dar
Sem olhar do lado
Já imaginou de onde vem a luz de um cego?
Já cogitou descer de cima do seu ego?
Tem tanta gente por aí na exclusão, e ainda sorri
Tenho me perguntado pra ser feliz:
Do que o ser humano nescessita ?
O que é que faz a vida ser bonita ?
Ah resposta, onde é que está escrita?
Pra ser feliz
O quanto de dinheiro eu preciso?
Como é que se conquista o paraíso?
Quanto custa pro verdadeiro sorrisso brotar do coração?
Talvez a chave seja a simplicidade
Talvez prestar mais atenção na realidade
Porque não ver como lição o exemplo de superação de tantas pessoas
O tudo as vezes se confunde com o nada
No sobe e desce da misteriosa escada
E não tem como calcular
Não é possivel planejar
Não é estratégico
"Estou achando tão difícil me expressar. Fico olhando pra
tela em branco com ar de boba. E NADA. Nenhuma frase coerente. NADA. E no
meio das inúmeras tentativas em que eu tento – em vão – escrever, me antecipa
aquela saudade esquisita, que não vai embora nunca... E a saudade fica
martelando na minha cabeça, me dá uma espécie de aperto no peito e eu fico
rindo e imaginando que, com certeza, se você estivesse aqui, você diria que era
melhor eu consultar um médico ou coisa parecida. Mas você não está aqui. E a
tela vazia me desafia e eu digito três ou quatro letras aleatórias para passar
o tempo e depois aperto o backspace rápido e sumo com tudo. Como se a sensação
que eu sinto pudesse sumir feito mágica. Mas, não. Para a saudade não existe
backspace. Não existe delete, não existe tecla para trazer a presença. Só
existe você, do outro lado ... fazendo cenas (mil cenas!)... E me deixando
aqui: muda. Literalmente sem palavra. Sem espaço. Sem texto".
"E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye
vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é
ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro,
não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É
ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar
sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias.. Cinco dias! (...) Nada é mais elegante,
charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica
muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar
alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é
escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela
janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o
hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa
vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever
seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à
beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres
cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida
interessante".
"Mas quer saber? Eu olho pra ele e fico pensando sozinha:
será que alguém nesse mundo faria o que ele faz por mim? Porque ele me escuta,
me aguenta, me mima, me inspira, me faz sentir a mulher mais linda e especial
do mundo. E eu acredito nele, acredito em mim e acho o amor a coisa mais
egoísta que existe. A gente ama o outro por tudo aquilo o que ele nos faz
sentir. (E ser)".
Fernanda Mello, livro Princesa de Rua.
Os ponteiros acusam: a hora escorre
pelos dedos. A terra gira mais rápido. As folhinhas do calendário viram
depressa demais. Quando percebemos, no meio do caos que nos rodeia, estamos no
meio de um plano inacabado, com a ansiedade no colo (e uma lista interminável
de insatisfação nas mãos). O resultado? Ansiedade! E uma aflição no peito que
não nos deixa parar...
Queremos ser mais rápidos. Mais
produtivos. Mais felizes. Mais jovens. Mais conectados. QUEREMOS SER MAIS SEMPRE.
A verdade é que não há nada de
errado em se aperfeiçoar, muito menos em querer ser melhor. A vontade vira problema quando nos tornamos
vítimas da nossa própria pressa. E a ansiedade, ao invés de mola, se torna fardo
diário na vida da gente. Estou errada? Creio que não. Tudo ficou fast,
gostando ou não do termo. O novo se
torna obsoleto em questão de meses. Surgem
versões atrás de versões, upgrades
diários, tanta novidade que a memória não consegue lembrar o número do nosso
próprio telefone.
E a gente passa a vida correndo.
Calculando. Somando. Tentando... Esquecendo que, no fundo, a vida é um grande
clichê e as coisas que REALMENTE fazem diferença são muito simples.
Vejam meu próprio exemplo: há anos
atrás, conheci um vendedor de picolé na praia, enquanto ele fazia seu habitual
trajeto de venda. O dia estava lindo, o mar tinha uma cor verde-esmeralda
incrível e ele perguntou, bem de repente, enquanto eu admirava a paisagem:
menina, no fim, o que a gente leva dessa vida? Fiquei sem saber o que responder,
afinal não estava preparada para uma pergunta daquelas. E ele mesmo se solucionou,
com aquele ar de quem está apenas pensando alto: é, a gente só leva
lembranças...
Pronto! Dez anos de terapias poupados.
Não quero levar dessa vida uma lembrança que inclui cara feia, trânsito
infernal, buzina, palavrão, correria e uma pressa desvairada. Não, não
quero. Não quero faltar aniversários, encontros
com amigos, esquecer abraços, me faltar como pessoa por pura falta de tempo.
Quero levar, como lembranças, todas as coisas simples que eu considero
essenciais: amores. Risos. Beijos. Abraços. Alegrias. Realizações. Palavras. E
aquele sentimento de que não vivemos e, sim, desfrutamos a vida. É. Para DESFRUTAR,
não existe pressa.
"Lembrar com amor é oferecer, no coração, um sorriso que se expande. É um jeito instantâneo e poderoso de prece. É um modo de abraço, não importa o aparente tamanho da distância, nem as enganosas cercas do tempo. Lembrar com amor é levar a vida, no exato instante da lembrança, ao lugar onde a outra vida está e plantar uma nova muda de ternura por lá."