quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Carta de Amor . . .




Sabe, ao certo, não sei como esse 'desgostar' começou... Mas tenho que te agradecer. Conheci você muito rápido e não cai nos seus teatrinhos de vítima, não fui roubada, nem magoada. E aprendi ainda mais a ser quem eu sou porque sei quem eu não quero ser: você!

É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira, assim como eu sou. Feliz !
Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou me invejar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim. É verdade! Porque se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito.
Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço.
Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você.
E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos.
Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível.
Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco mais.
Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando.
Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.
Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor.
E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas:
Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar meus sonhos, coisas que deverão te deixar ainda mais nervosa comigo.
Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta, e pode ter certeza, eu sei quais são. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritada.
Prometo jamais deixar de te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseira comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria feliz e aumentaria ainda mais o sentimento tão puro que você me dedica.
Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para o meu sucesso.
Pena que você não esteja me vendo neste momento, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.

Com amor, 
          Cristiane
         (Adaptação do texto "Para quem me odeia" de Fernanda Young)

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